sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Matéria - Early Modern English ("Inglês Arcaico")



   É com imensa bondade e grande honra que reúno aqui para os curiosos como eu algumas interessantes informações à respeito do esquecido "Inglês de Shakespeare", com alterações na segunda pessoa do singular que encontramos apenas em algumas letras de músicas ou citações da bíblia, em filmes, e etc.


"Get away from me!
Take heed to thyself and see my face no more!
for in the day Thou see my face
Thou shalt
die!"
- Exodus 10:28

   Este trecho bíblico é utilizado na música "The Pharaoh Sails to Orion" do Nightwish. Eventualmente encontramos em algumas letras de músicas (Metal) os termos "thy", "thou", "thyself", "thee, "thine" e etc, termos que fazem parte do Early Modern English (EModE), que sobrevivem principalmente pela bíblia e através da Arte.
   Estes termos foram utilizados entre os anos de 1470 e 1700, foram amplamente utilizados na tradução da Holy Bible pela Church of England, conhecida como King James Bible (E em seu período, num geral, assim como foram muito utilizados por William Shakespeare).
"Is this a dagger which I see before me,
The handle toward my hand? Come, let me clutch thee;
I have thee not, and yet I see thee still.
Art thou not, fatal vision, sensible
To feeling as to sight? or art thou but
A dagger of the mind, a false creation,
Proceeding from the heat-oppressed brain?
I see thee yet, in form as palpable
As this which now I draw."
Macbeth - William Shakespeare (1ª Cena, 2º Ato) 
  
   Segue abaixo uma tabela com os pronomes pessoais e possessivos utilizados neste período (Em Inglês):



Subjective Objective Possessive Present Tense
Verb Ending
1st Pers. Sing. I me my/mine[1]  none
2nd Pers. Sing. thou thee thy/thine[1]  -est
3rd Pers. Sing. he/she/it him/her/it his/her/its -eth
1st Pers. Plural we us our none
2nd Pers. Plural ye/you[2] you your none
3rd Pers. Plural they them their none
 
[1]: "Mine" and "thine" were used before "h" and vowels, much as "an" was.
[2]: "You" had replaced "ye" for most plural uses by 1600.


   Eu grifei a terminação dos verbos em azul pois é uma observação muitíssimo importante no que se refere à utilização correta destes termos. Quanto mais antigo o Inglês, mais próximo de suas origens germânicas este é, ou seja, "Thou" na segunda pessoa do singular é muito mais parecido com a segunda pessoa do singular "Du" em Alemão que "You", o que podemos notar claramente. Deixarei aqui uma tabela com a conjugação do verbo "To be" e "To have" em Inglês desta época (Tabela original de um site), e criarei em seguida uma tabela de comparação com a conjugação do Alemão.


to be - Present tense to have - Present tense
I am I have
thou art thou hast
he/she/it is he/she/it hath
we are we have
ye are ye have
they are they have




Verbo "haben" (Verbo "ter" em Alemão) no Present to have - Present tense
ich habe I have
du hast thou hast
er/sie/es hat he/she/it hath
wir haben we have
ihr habt ye have
sie haben they have


   Segue abaixo a conjugação completa do verbo "to fear" (Temer) em Early Modern English em comparação com o verbo equivalente em Alemão "fürchten", digitada por mim de um dicionário da Langenscheidt de English-Deutsch / Deutsch-English, edição raríssima de 1931 com mais de 1000 páginas, que fiz questão de comprar no ano passado por um preço amigável para satisfazer a minha insanidade. Preste muito a atenção nas terminações do Inglês na segunda pessoa do singular (thou) e na terceira do singular e na semelhança da mesma com o Alemão.




fürchten (Präsens) to fear (Present)
ich fürchte I fear
du fürchtest thou fearest
er/sie/es fürchtet he/she/it feareth
wir fürchten we fear
ihr fürchtet ye fear
sie fürchten they fear


fürchten (Futurum Eins) to fear (First Future)
ich werde fürchten I shall fear
du wirst fürchten thou wilt fear
er/sie/es wird fürchten he/she/it willeth fear
wir werden fürchten we shall fear
ihr werdet fürchten ye will fear
sie werden fürchten they will fear


fürchten (Perfectum) to fear (Perfect)
ich habe gefürchtet I have feared
du hast gefürchtet thou hast feared
er/sie/es hat gefürchtet he/she/it hath feared
wir haben gefürchtet we have feared
ihr habt gefürchtet ye have feared
sie haben gefürchtet they have feared


fürchten (Präteritum) to fear (Preterite)
ich fürchtete I feared
du fürchtetest thou fearedst
er/sie/es fürchtete he/she/it feared
wir fürchteten we feared
ihr fürchtetet ye feared
sie fürchteten they feared


fürchten (Konditionalis Eins) to fear (First Conditional)
ich würde fürchten I should fear
du würdest fürchten thou wouldst fear
er/sie/es würde fürchten he/she/it would fear
wir würden fürchten we should fear
ihr würdet fürchten ye would fear
sie würden fürchten they would fear


fürchten (Plusquamperfectum) to fear (Plusperfect)
ich hatte gefürchtet I had feared
du hattest gefürchtet thou hadst feared
er/sie/es hatte gefürchtet he/she/it had feared
wir hatten gefürchtet we had feared
ihr hattet gefürchtet ye had feared
sie hatten gefürchtet they had feared


fürchten (Futurum Zwei) to fear (Second Future)
ich werde gefürchtet haben I shall have feared
du wirst gefürchtet haben thou wilt have feared
er/sie/es wird gefürchtet haben he/she/it willeth have feared
wir werden gefürchtet haben we shall have feared
ihr werdet gefürchtet haben ye will have feared
sie werden gefürchtet haben they will have feared


fürchten (Konditionalis Zwei) to fear (Second Conditional)
ich würde gefürchtet haben I should have feared
du würdest gefürchtet haben thou wouldst have feared
er/sie/es würde gefürchtet haben he/she/it would have feared
wir würden gefürchtet haben we should have feared
ihr würdet gefürchtet haben ye would have feared
sie würden gefürchtet haben they would have feared


   Acabou de contemplar junto a mim um pouco de meus estudos (Dos quais tanto gosto), com a única diferença de que eu perdi muito tempo digitando a conjugação de todos os tempos do verbo "to fear" em Alemão e Inglês Arcaico para contemplar. Escreverei em seguida alguns exemplos aleatórios para que possa compreender melhor e poder utilizar quando quiser:


Thy blood. (Teu sangue)
There's a monster, it hath thousand eyes. (Ali tem um monstro, ele tem mil olhos.)
Thou art my wife. (Tu és minha esposa.)
Sire, thou shalt ride back to Camelot. (Senhor, tu deves cavalgar de volta para Camelot.)
The love of thine meaneth the happiness of mine. (O teu amor tem como significado a minha felicidade.)
Those whom the Gods detest, shall curse the Kingdom of south. The Great Kingdom, which hath fortified walls. (Aqueles que os Deuses detestam deverão amaldiçoar o reino do sul. O grande reino, do qual possui muros fortificados.)
etc...


Enfim, sintam-se à vontade para apontar erros que eu tenha deixado passar despercebido, escrevi o post relativamente rápido e não me preocupando frenéticamente com isso (Sem contar que não sou formado em Inglês, nem em Alemão, apenas um humano com strange tastes). Espero que tenham gostado do post, que o mesmo tenha sido no mínimo interessante e que comentem!


Sou muito grato.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Poema - Morgana em Vermelhas Vestes


Vestiu-se com sangue pois sangue esta noite lhe trará,
Seja por sua adaga, seus feitiços ou forças ocultas.
Seu desejo de vingança revela-se em olhos de serpente;
Não há de falhar em tal missão tenebrosa e ardente.


Pelas florestas do leste cavalgou sozinha por gélidas noites,
Para encontrar-se com quem confia sua terrível ambição.
Um grande reino de dimensões infernais em terra, pretende,
Ao assassinar o meio-irmão príncipe; conferir-lhe-á tal presente.


Com prazer em suas veias deseja comprazer o infindo abismo,
Manifestando pelo norte, sul, leste e oeste seu egocentrismo.
Cidadãos do reino, envenenar-lhes-ão seus súditos de morte,
Atingindo suas fontes de água, injetando um mal de seu porte.


Camelot! Chamas de incontáveis infernos carbonizar-lhes-ão as torres,
Vilarejos, muros, províncias, jardins e criando invejáveis e excruciantes dores.
Apocalipse há de trazer-lhes para que possam desfrutar duma nova era,
Era de Morgana quando ousou conquistar Camelot, como sempre quisera.


Erich William von Tellerstein.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Matéria - O Modelo de Pickman, Inspiração (Lovecraft)


  Sem sombra de dúvidas é um de meus contos favoritos do Lovecraft, a história do Pintor-Demônio Richard Upton Pickman, que pintava quadros cuja bestialidade e indescritível terror assombravam seu antigo amigo Thurber, que narra a história com grande nervosismo. Sou louco para postar este FANTÁSTICO conto aqui em meu blog, porém, infelizmente, não encontro nenhuma versão em Português disponível na internet, apenas em Inglês e Espanhol. Li este conto apenas em Português e em Alemão, porém, tão infelizmente quanto, o livro que eu possuía que continha este conto em Português (O Chamado de Cthulhu e outros contos) ficou com um professor que emprestei há um bom tempo atrás e não possuo contato, o que me impede de escrevê-lo aqui, e o meu livro com os contos em Alemão esta comigo, porém, além de eu não ter a incomensurável paciência disponível para traduzir, o mesmo teve um destino tão bizarro quanto a sua própria natureza em si (Cthulhu Geister Geschichten), e não convém contar o que aconteceu (Assim que eu tiver em mãos eu postarei aqui no Blog o conto em Português).
   Pois bem, Pickman pintava quadros de natureza profundamente infernal, conseguia captar energias infra-dimensionais e naturalmente, Lovecraft se inspirara em alguns artistas da realidade para escrever tal magnífico conto, e eu, como fan insano do mesmo, fui atrás das obras de todos eles e decidi criar uma matéria aqui disponibilizando o nome e algumas obras dos mesmos para que vocês possam apreciá-los assim como eu aprecio com grande satisfação.

Eis os artistas que ficaram curiosos para conhecer (Clique para ampliar), com várias de suas obras que eu com grande paciência reuni aqui para vocês:


Sidney Sime (1867-1941)



































































































































































































































































































































































































































































John Henry Fuseli (Johann Heinrich Füssli, 1741-1825)



















  Nightmare



















       Silence












  Lady Macbeth










Titania's Awakening
















The Artist in Conversation...



















      Shepherd

Gustave Doré (1832-1883)










































Paradise Lost
















    Raven









Judgement of Solomon
















    Camelot
















The Fatal Accident







Anthony Angarola (1893–1929), Francisco Goya (1746–1828), e Clark Ashton Smith (1893–1961) também foram outras possíveis inspirações de Lovecraft para escrever o GENIAL Pickman's Model, não continuarei postando porque o PC esta começando até a ficar lento de tantas imagens que já coloquei e já perdi umas 3 horas no processo, espero que tenham gostado da matéria, destas obras fabulosas (Que muito me agradam, principalmente as de Sidney).

Poesia - A Arte de Uivar

Hão de ter suprema condenação,
Mortais pobres d'alma e coração,
Ao manifestar dum vil abismo,
Os antigos segredos de Salomão.


Suprema força oculta,
Sopra do nada o medo, culta.
A curiosos muito persegue,
Esta para todos, por Deus, entregue.


Pronunciar gera vários calafrios,
Intensamente na vasta psique.
Inglaterra, velha mágica terra;
Arte de Uivar, às vezes, enterra.

Erich William von Tellerstein.

Arquivo - Revista Mensal, Poesia Gótica (12/2010)

Leylyane Negreiros, moderadora de minha comunidade (Poesia Gótica), anunciou neste dia 1 de Janeiro a criação de uma revista mensal com as melhores poesias publicadas na comunidade, em formato PDF, com poesias cuja seleção é baseada em número de comentários e preferência pelos usuários.


Para fazer o Download da mesma basta clicar na imagem. Deixo aqui os meus sinceros agradecimentos à Leylyane pelo trabalho de se comprometer à reunir mensalmente as melhores poesias da comunidade para maior divulgação da mesma.


Estarei postando aqui mensalmente este arquivo em PDF com as poesias, atualizado.

Poesia - Relíquia Inestimável

A todos pode queimar,
E a muitos profanos crucificar.
Do fogo foi criada,
E por mortais deveras almejada.


Constrói e corrói mundos,
Mas também ilumina os imundos.
Afasta e trás a dor,
Com amor, paz, frieza ou com terror.


Destruam-na! Foi dito,
Porém perdeu-se seu velho domínio.
Antigos guardavam-na,
Mas pouquíssimos hoje a merecem.


Tempo pode controlar,
e desfazer o feito, o desfeito!
A cegos manipular,
E exércitos mortos ressuscitar.


Oh grande pedra sacra!
Manifeste-se para mim! Já sinto!
Justa é tua chegada,
Para mim e minha doce amada.

Erich William von Tellerstein.

Poesia - Luzes da Decomposição


Sinto o frio das dimensões inferiores,
e a calma das belíssimas superiores.
Encontro-me selado no vão incomensurável,
e oscilando entre a dor e a fé inabalável.


Vejo a mim mesmo no chão que era gelado;
Avisto o amplo sobrenatural contemplado.
Meus olhos captam vibrações muito sutis,
Escapar-me-ia desta morte por um triz.


Amorfas são as formas e também espectrais,
observo o passar de minha vida em murais.
Ao abismo dos momentos eu rapidamente desço,
E ao topo dos pseudo-elevados, vil, esvaneço.


Sórdidas freqüências capto nestes andares,
em direção às luzes subo! são estelares.
Do estelar encontra-se em meu corpo a pureza,
putrefazendo-se encontra-se o mesmo, doce leveza.


Surreais e oníricas são as multiformas do escuro,
As mesmas não me buscam, pois estrelas procuro.
Ausência de existência e exagero da mesma saturam-me,
Nunca tão completo e vazio, inefável, antes compus-me.

Erich William von Tellerstein.