terça-feira, 15 de maio de 2012
Poesia - A Vida e Sua Foice
Irra a vil dor crepuscular!
Desta maldita visão do mar,
Que mata-me antes da Morte,
Que já eliminou-me a sorte.
Mas que raios inventou a Vida?
Evolução por abissais chagas;
Excrucia com ignorantes pragas;
Mais uma alma a ser acolhida.
Hei de jogar-me de tal altura,
Ao mar desprovido de ditadura;
Que há de receber-me à altura:
Uma alma que vem desta tortura.
A experiência neste buraco,
Conhecido como Planeta Terra;
Mas por mim como Velha Guerra;
Resume-se à mão d'um carrasco.
Irra a dor deste vil horizonte!
Onde o céu cinzento crocita,
Como um antigo corvo a morrer;
Padece a alma dos amaldiçoados.
Mas que raios inventou a Vida?
Evolução por terríveis chagas;
Espalham-se e reúnem-se pragas;
Mais uma alma a ser acolhida.
Ouço a sinfonia dos esquecidos;
Os mortos que tocam dançantes,
Em suas mortuárias lamúrias;
Matando meus pensamentos uivantes.
Choram torturantes e torturados,
Excruciantes e excruciados,
Neste precipício de vis rochedos,
Em onírico teatro de abandonados.
Hei de jogar-me desta ditadura,
Ao infinito oceano de loucura;
Que há de receber-me à altura:
Uma alma que não tem mais cura.
Erich William von Tellerstein.
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