I. Só
Caiu a noite neste funesto deserto,
Onde brilha branda a lua já padecida.
Surgiu a Morte e disse: Nada é certo,
Mas certamente, morrerás, decerto;
Neste cenário de maldição esquecida,
Pois não sobrou ninguém, ninguém,
Apenas tu, morto, morto em desdém.
Raiou o dia neste desértico funeral,
Onde não há alma viva para lamentar,
Pois matar! Matar, foi o que disseram,
Antes de morrerem e a mim cumprimentar;
Desejando retroceder à vida mineral,
Pois o sol em si era o arquétipo do lamento,
E os fantasmas assombravam sem vida o azarento.
II. Confusão
Estou vivo ou morto? Sou a vida ou a morte?
Neste jogo de inexistência de sorte,
Sou do porte do amaldiçoado ou o que amaldiçoa?
Faria diferença? A maldição trataria com indiferença?
E se este deserto for a felicidade? Como isto soa?
Um corte! Um corte! Na vida ou na morte?
Caso soe bem...
III. Companhia
Caiu a noite novamente, mas com vil inocência,
Onde brilham as estrelas, lindas e de ardor espectral.
Neste deserto, deserto! Elas são minha companhia! Minha essência!
Onde brilham as estrelas? Onde? Por favor?
Não consigo mais vê-las...
A morte que surgiu era Morte ou era eu?
Só?
Erich William von Tellerstein.