Vítima das tentações da espeleologia,
Envolvi-me num horror vil de se lembrar.
Desenvolvi longa aracnofobia e patologia,
Afoguei-me qual aleijado em meio ao mar.
Em plena noite exerci minha profissão,
Adentrei gruta abaixo com minha missão:
De explorar características cavernosas,
Mas não somente das formações rochosas.
Admirei algumas típicas formas de vida,
Maravilhei-me com o belo viver de gruta,
Até sentir pavor com terrível força-bruta,
Na psique o que pareceu viagem só de ida.
Um crescer assombroso dum suave andar,
Do que pareciam patas dum ser a espreitar.
Com a luz de minha tocha pouco se via,
Mergulhado em meu medo quase nem me movia.
De repente a sombra já não era sombra,
Contemplava o inferno imerso em temor.
Tentei lembrar de muitas cenas de amor,
Mas nem tal luz tal coisa desassombra.
Vivas teias interromperam-me a locomoção,
O fim pareceu próximo em abismal emoção.
Gigante aranha de intensa vibração negativa,
Consumiu-me a visão a de estar em sua saliva.
Eis a mensagem que vos dou através dum amigo,
Espeleólogo versado nas artes do ocultismo.
São psicografadas hoje lembranças dum jazigo:
Um nobre ser no estômago do profundo abismo.
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