quinta-feira, 8 de março de 2012
Poesia - Luto
Que tem de assustador na fria morte?
Se com freqüência ela tira a sorte,
De incontáveis famílias e amigos,
Impondo às mentes longos castigos.
Se é cousa normal, por que o espanto?
Talvez é o que um observador distante,
Diria a si mesmo diante do pranto,
De outros, imersos em dor excruciante.
Mas e quando a Morte a caminhar,
Com sua foice manchada de sangue,
Vem de longe esquelética e exangue,
Matar um conhecido em seu caminhar?
Aí as coisas mudam por completo.
Os outros tornam-se os observadores,
Tu te tornas todas as fortes dores,
E o luto torna-se teu vil dialeto.
Tu passas a habitar duas dimensões,
Sentes o impacto da queda da cortina,
Da ilusória vida em suas manifestações,
Obrigando tua mente a achar morfina.
Por fim, de fato, nada há com a morte,
Entretanto, sente-se na vida um corte:
Um cenário de exércitos de esqueletos,
Com espadas a decapitar humanos direitos.
Novamente, nada há com a nobre morte,
Mas sim com as vis vermiformes vidas,
Que habitam este planeta de feridas,
Dominado por primitivos que matam, destroem, desonram, eliminam;
Por esporte...
A Morte há de ser para eles, a sorte.
Escrevi esta poesia para expressar o que sinto em relação a morte de uma amiga que tive:
http://www.cifraclubnews.com.br/noticias/33029-camila-simont-guitarrista-brasileira-e-assassinada-a-facadas.html
Erich William von Tellerstein.
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