quarta-feira, 1 de junho de 2011

Soneto - Indizível Natureza

Oh, preciso tomar mais deste nobre vinho,
Antes de confessar-vos a atroz natureza,
De tudo que aqui nasce e morre no caminho,
Sem transmutar em ouro o chumbo com destreza.


Do inferno contemplar-se-á são a vil visão nítida,
Duma cambaleante incomensurável
Criatura abissal com asas e mão fétida,
Sem pernas pra correr e com voz lamentável.


A morte vos espera ansiosa mortal.
Eis minha confissão! O mal sem redenção
Vos espera no abismo, reinando imortal.


Meu vinho já acabou e sinto muita pena,
Por todos vós de pobre e morto coração,
Que hão de lá sofrer sem tortura pequena.

Erich William von Tellerstein.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Soneto - Castelo de Sangue


Câmaras preenchidas com horror,
Enojam muitos tolos indefesos.
Horrendas criaturas dão torpor,
Os deixam morrendo com os presos.


Terríveis artifícios de dor,
Impregnam o chão com vis rubis.
Qual negra tenebrosa e morta flor,
A chorar com tremor de javalis.


Gritos imemoráveis de assombrosa
Orquestração fortalecem as paredes.
Qual presa presa em mil gosmentas redes.


Neste castelo impera triunfante
A morte governadora dos vampiros.
Como quando eu vivia, aos suspiros.

Erich William von Tellerstein.