domingo, 23 de dezembro de 2012

Poesia - Lago Drago


Profundo na onírica floresta,
Que enegrecida por velhos demônios,
Foi consumida por nuvem funesta;
Jaz lago drago dos pandemônios.

O silêncio é sua atroz morada;
Entretanto, é de todo gritante:
Vocifera excruciante e berrante,
Mas sem perder sua morte amada.

Lago drago dorme entorpecido,
Porém vigia-lhe toda a alma;
Que se um dia ostentou calma,
Certamente há de ter padecido.

Profundo por entre lar de bruxedos,
Que velhos seres puseram vis dedos,
Jaz lago drago dos alados demônios,
Mestres da dor e dos pandemônios.

Não obstante, reis em todo o abismo,
Conjuram tênue luz esverdeada;
Sobre a água parada sob hipnotismo,
De Lago Drago da paz crucificada.

Não somente pregada, mas enterrada,
Embora mais inefável impossível,
Em seu torpor de ordem inconcebível,
E mergulhado em caos de rajada:

De seres das vibrações do fogo,
Do mais cavernoso dos andares,
De um inferno vil de vil jogo,
Em pavorosa visão ladra de alma.

Profundo na onírica floresta,
Que enegrecida por velhos demônios,
Foi consumida por nuvem funesta;
Jaz dragão criador de pandemônios.

Erich William von Tellerstein.