quinta-feira, 14 de junho de 2012

Poesia - Espectro Triangular

"A Bruxa, por Agatha Walvike."

Foi em terrível noite fria e luarenta,
Que fez-se visível sua abissal criação:
Cavernosa criatura que vil aparenta,
Ter sido mutilada por férrea mão.


Trata-se da sublime arte do inominável,
De uma bruxa de olhar indecifrável.
Carrasco de cabeça triangular criou,
A fim de decepar quem vislumbrou:


A Grande Noite de Rubra Dor.


Tenebroso evento sanguinolento,
Onde se sente garras no vento,
Ocorre em limoso círculo pedroso,
O qual verte assassino em medroso.


Muitos são escolhidos para sacrifício,
Em nome de horrendo e cósmico ofício:
O das inescrutáveis trevas rastejantes,
Que têm do Sangue o valor de diamantes.


Eis o Guardião dos Condenados!
A maldição sempre triunfante,
Que desmembra os amaldiçoados,
Em fúria de velho horror arfante.


Trata-se da majestosa arte do inominado,
De bruxa que no inferno tem seu reinado.
Funesto monstro de cabeça triangular evocou,
A fim de cessar a voz que no silêncio ecoou.


A fim de cessar a tua voz,
Na Grande Noite de Rubra Dor.


Erich William von Tellerstein.

Imagem original do escaneamento de Agatha Walvike.