sábado, 18 de fevereiro de 2012

Poesia - Surreal Acontecimento

Em trinta de janeiro de trinta e três,
Hitler obtém sua almejada chancelaria;
Marcham soldados com forte embriaguez,
Com tochas e incomensurável egolatria.


Após decepções na república de Weimar,
Criada em dezenove para todo desgosto,
Resultando em natureza de vil alarmar,
Retirando a Alemanha de um fixo posto.


Faminta realidade pós estranho tratado,
Engatou alemães em imensurável vingança,
Versailles o mal, mas por quem assinado?
De fato os levou à inigualável vingança.


Muito xingaram tal documento duvidoso,
Todos partidos de direita da vigésima,
Década de clima fortemente assombroso,
Que gerou o que hoje desejam amnésia.


O partido dos trabalhadores alemães,
Deve sua posição de poder à inflação,
Que fez cidadãos sonharem em ter pães,
E morrerem famintos sem um só tostão.


Quebrou a bolsa no fim de vinte e nove,
Levando a Alemanha à excruciante dor.
Tratava-se de angústia que não se remove,
Então passaram a ouvir o antigo pintor.


Que pôs-se a falar longos discursos,
Combinados com hipnotizantes suásticas,
Carregadas de ódio em seus percursos,
A fim de encantar com férreos cursos.


Treblinka, Auschwitz, pesadelos reais,
Que aterrorizaram as nações do mundo,
E que encenaram horrores vis e teatrais,
A fim de limpar o que lhes era imundo.


Nada sabia o povo alemão do Holocausto;
Os Nazi eram demais versados na propaganda,
Pois enganaram com maestria de infausto,
Demônio que pede extermínio em demanda.


Em trinta e três quem podia imaginar,
O que viria nos doze anos seguintes?
De regime nazista contente em eliminar;
Até hoje é surreal sua voz aos ouvintes.


Erich William von Tellerstein.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Poesia - A Dança dos Mortos



Enquanto há vida há a possibilidade,
Dum Vivo ser convidado à grande dança,
Cuja expressão pertence à Sem-Idade:
Onírica beleza que pelo viver avança.


Sábia e magistral afina seu violino;
A saber, todo feito de ossos humanos,
Que em oposição aos do nobre felino,
São presos à matéria; vêm de mundanos.


A harmonia produzida pelos vis sons,
Combinados com uma destreza abissal,
Encanta e organiza seres maus e bons,
Numa única dança de fervor colossal.


A fim de estabelecer um lindo padrão,
Responsável por dar início aos mortos,
Que formam belos um grande esquadrão,
De ossos que dançam febris e absortos.


Eis o resultado da longa peste negra,
Carregada por alegres negros ratos.
Que valsou por toda Europa sem regra,
Trazendo a dança das ruas aos pratos.


Voilà! Dançai o clero e lindas rainhas,
A burguesia, reis e os há muito pobres;
Sorrindo pra Morte com suas valsinhas,
Morrendo sem ouro e outras cousas nobres.

Erich William von Tellerstein

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Poesia - História

Miríades de bruxas a queimar,
Iluminam os Céus da "verdade",
Enquanto o clero a gargalhar,
Mutila inocentes com "bondade".


Incontáveis nazistas a matar,
Iluminam as ruas de Varsóvia,
Em razão do ato de disparar,
Que vem da Itália à Moldávia.


Milhares de pagãos a crucificar,
Redimem-se diante de Vlad Tepes,
E da Condessa Bathory a se banhar,
No sangue de virgens que bebe.


Hordas de vikings a pilhar,
Assolam e estupram cidades.
Maravilham-se com seu queimar,
Destruindo como tempestades.


Eis um pouco de meu planeta:
Bela expansão do vasto abismo,
Que se enterra por uma gorjeta,
Mascarando demônios com erotismo.

Erich William von Tellerstein