sexta-feira, 22 de abril de 2011

Soneto - Labareda

Espectral chama conjurou-se vil,
Ante um horrível luminoso corte,
Em incorpórea aparição com morte,
Lá na montanha azul dos mortos mil.


Sob tenebrosa tempestade cósmica,
Encaminhando uma terrível praga,
A mim, infausta viandante chaga,
Cambaleando numa dor ilógica.


É essa, fenda de infernal presença,
Que monstruosa cria com descrença,
Lá, sopra ardente, encobrindo luz.


Com sofrimento ousou queimar-me forte,
Qual salamandra furiosa à sorte.
Deixou-me morto, a jorrar-me o pus.


Erich William von Tellerstein.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Soneto - Soneto à Morte Cósmica

Universo escuro, oh! Mostrai-me,
O que reside lá, pós um andaime,
A suportar gosmenta estrutura,
Que de mim elimina estatura,


Por noturnos lunares sonhos; morte!
Que com horrível cósmico esporte,
Dispersa toda abóboda celeste,
À moda rastejante duma peste.


Abismos infinitos, ressurgi!
Erguei-vos comensais, aqui, urdi!
Contemplai-me o ser, a padecer!


Iluminai-me cá, com luarenta
luz, oh minha incontável criatura,
Que a outros concede morte lenta.

Erich William von Tellerstein.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Poesia - Caminho do Abismo

Dor a dançar e,
Morte a lançar,
Foices de ferro,
Choros num berro.


Vil labirinto,
Triste me sinto;
Dor a valsar e,
Morte a cansar:


Toda minh'alma,
Foice na palma.
Mortes com ferros,
Dores em berros.


Lá não me sinto,
Estou extinto.
Caminho d'alma,
Treva em calma.

Erich William von Tellerstein.