quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Poesia - Vil

O ulular decrépito dos mares;
Daquilo que há de vil em mim.
Eu avisto criaturas sem lares,
Naquilo que há de vil em mim.


Mas raios, que há de vil em mim?
Tenho caído em sombras lunares,
Explorado aberrações nucleares,
Manejado seres corpusculares,


E não sei o que há de vil em mim.


O ulular decrépito dos mares;
Segue-se de maldades em pares,
Criaturas de corpos tubulares,
Que compõem horrores seculares,


Não seria eu elas e os vis mares?


Mas raios, que há de vil em mim?
Tenho caído em torpor por semanas,
Observado tristes vidas mundanas,
Verificado que são todas profanas,


E não sei o que há de vil em mim.


Afinal, o que é ser vil?


Erich William von Tellerstein

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Poesia - Magia e Arte

Não há distinção entre um e outro,
Um ser animado e um ser inanimado,
Um ser e outro ser, estrela doutro,
Cosmo e dimensões do nunca-parado.


Quero sentir e ser as tempestades,
De Júpiter em longas e majestosas,
Eras de luminosas excentricidades,
Nos orgasmos de Deusas voluptuosas.


Desejo participar da bela criação,
Das atmosferas dos velhos planetas.
Senti-las gerar vida em expansão,
Vistas pelas mais variadas lunetas.


Expelir-me-ei em estranhos vapores,
De distantes cavidades vulcânicas,
Em inescrutável caos de vis calores,
Produzidos por criaturas titânicas.


Quero sentir e ver as raras colisões,
De buracos negros e grandes galáxias.
Do espectro de cores quero alusões,
Ao daltonismo em minhas ataraxias.


Da música quero todas as freqüências,
Em valsares de celestiais orquestras,
Que expressam-se por abissais mestras,
Da magia que é a Arte da Eloqüência.


Porém não há palavras para o Universo,
Apenas vibrações de pensantes mares,
Que agitam-se com a arte de um verso,
Iluminado por belos raios crepusculares.

Erich William von Tellerstein.