segunda-feira, 4 de abril de 2011

Poema - O Triunfo

Como do triunfo retiraríeis vós a definição,
Sem fazer menção da paciência de antemão?
Lembrai que de triunfo vós sois compostos,
Quais soldados que não abandonam seus postos.


Do mundo material é fácil obter a conquista,
Pois vede como avançou o exército nazista,
Qual inquisição medieval bruxas a torturar,
Por doentio prazer e muitos corpos a contar.


Vos digo isso, pois nada sou além de tempo,
E tenho como passatempo a arte do observar.
Mas aviso que para a morte não há contratempo,
E sendo assim, a sabedoria deveis cultivar.


Como matéria hão de decompor vossos corpos,
Mas antes hão de padecer vossos anticorpos,
Quais soldados que morrem por vil sangramento,
E mortais condenados num celeste julgamento.


Como do triunfo retiraríeis vós a definição,
Sem mencionar a calma que luz trás na escuridão?
Lembrai que de triunfo o abismo é composto,
E que em gélido cemitério o corpo é decomposto:


Por vermes, insetos, seres de baixa existência,
Que alimentam-se frenéticos e alheios a essência,
De vossas almas, esperançosas ou vis a vagar,
Que outrora em corpos estavam, tristes a errar.


Vos lembro disso, pois tudo sou, como a morte,
Que em terra não há aperto de mão que conforte.
Mas, contudo, venho veemente e firme afirmar:
Para ter triunfo, tereis de lacrar o desanimar!

Erich William von Tellerstein.

Um comentário:

Priscila disse...

Aceite meus sinceros elogios..Isso é ótimo
Mesmo.....