segunda-feira, 21 de março de 2011

Poesia - Lembrai de Vossa Mortalidade!


Lembrai mortais,
De que vos sou leal:
Sou a morte!
O chegar de vossa sorte.


Do caminhar vós tendes apreciado,
Embora tivéreis muito praguejado:
Contra a vida e até mesmo a mim,
Que vos concedo prazer sem fim:


O prazer de ter consciência.


Lembrai de vossa mortalidade,
Pobres tolos da causalidade!
Vossa vaidade vos condena,
E profundamente vos aliena!


Acordai enquanto vivos, desleais!
Vossas escolhas mostram-me o caminho,
Para minhas artes mais fatais,
E preenchem-me o infernal ninho.


Severo será meu andar por terra,
Enquanto vosso viver se degenera.
Cuidai de todas as vossas palavras,
Pois de vosso infortúnio são escravas.


Intensa vaidade! Oh futilidade!
De genial monstruosidade é composta!
Enterre todos de uma vez por todas, raio,
Lançado duma vez e sem ensaio:


Para enfartar-vos os corações gelados!


Lembrai enquanto rastejam, mortais,
De que sempre vos sou leal:
Criaturas! Sou de vosso porte
Sórdidos seres da má sorte.

Erich William von Tellerstein.

Nenhum comentário: