quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Poema - Penhasco

Penhasco



Incessantes calafrios!
Sinto meu corpo corresponder à suave brisa de inverno!
Sou muito grato aos Deuses por tamanho prazer!
Encontrar-me aqui, absorto, diante deste lindo mar agitado,
No topo deste nobre penhasco!
Observando os pássaros dançarem por entre as auroras!
E desaparecendo no horizonte mortuário!
Folhas secas sobrevoam estas planícies esquecidas!
Batem em minhas pernas com fortes rajadas de vento!
Minhas mãos estão tão frias que mal posso senti-las,
Estas rajadas de vento ficam cada vez mais fortes!
E este vento, este vento, que varre o esquecimento durante séculos,
Traz consigo um breve aceno daqueles que já se foram,
Dos mortos!
Fazendo-me sentir uma sensação tão, mas tão prazerosa!
É perturbador!
Contemplar este cenário onírico! Taciturno! Iluminado pela lua!
Ter a oportunidade de desfrutar das sombras nesta ocasião única!
Faz-me perceber que a vida e a morte possuem a mesma beleza!
Abraçai-me oh grande mãe! Mergulhai-me em vosso profundo oceano!
Permita-me adentrar-me em vosso reino!
Tudo o que preciso neste momento é esquecer-me de minha vida!
Pois inúteis foram as várias tentativas de viver.
E para mim nada mais importa neste grandioso momento,
Neste valiosíssimo momento de felicidade nunca sentida.
O sol se fora para sempre! Morreu!
Toda essa brutal natureza aparenta tão claramente rezar por um fim trágico!
Suas águas negras, soturnas, majestosas, sombrias, abissais,
Necessitam saborear a morte, o desespero, a insanidade!
Elas clamam a destruição de mais uma alma perdida!
Desprovida de um rumo!
Elas me esperam! Me esperam!!!
Este céu tão escuro! Tão carregado de ódio e rancor!
É o Crepúsculo dos Deuses!
E esta chuva! Doce chuva! É realmente maravilhoso senti-la mais uma vez,
Consciente!
Não existe nada mais agradável que ficar aqui e nunca existiu!
NUNCA!
Admirando! Contemplando! Este teatro macabro de belas poesias!
De amaldiçoadas poesias!
Finalmente! Finalmente a felicidade me alcançara!
Posso sentir as águas!
Posso senti-las!
Meu fim!
Obrigado! Obrigado!
Obrigado!


“Uma vez nas trevas, sempre na tragédia e na
aterradora tentação.”


Um final injusto?
Não!
Um final digno de MORTE!


Erich William von Tellerstein.

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