quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Matéria - Efeito da Peste Negra na Arte

Como todos sabem, a arte na Europa antes do período da peste negra (1348 - 1666) tinha como principal tema a Religião. Mas por volta do século XV os Europeus ficaram simplesmente fáscinados com o conceito da morte, pois todo Europeu naquele tempo assistira algum parente morrer por conta desta doença, e isso certamente gerou uma atmosfera mórbida por toda a Europa, as pessoas começaram a perder um pouco a fé e isso óbviamente acabou refletindo na arte.

Para esta matéria eu reuni alguns exemplos da arte produzida neste tempo, uma arte um tanto sombria, onde o conceito da morte é evidentemente muito forte. (Clique para ampliar as imagens)

Death as a Cutthroat


Gravura por Alfred Rethel (1851).

Rethew se inspirara numa obra que o celebrado poeta Heinrich Heine havia feito sobre a inesperada onda de Cólera no ano de 1832, sobre o carnaval de Paris. Nesta gravura a morte toca uma espécie de violino enquanto os músicos fogem do local, e no chão algumas pessoas já estão mortas pela Cólera.

The Triumph of Death


Quadro por Pieter Brueghel (1562)

Brueghel era fortemente influenciado pelo estilo de Hieronymus Bosch. Este quadro é uma pintura panorâmica de morte, ela é incrivelmente detalhada e é necessário ampliá-la para perceber todos os seus detalhes, na minha opinião sem dúvidas é a mais fantástica.

Uma curiosidade sobre este quadro, é que no clipe da banda italiana de black metal Opera IX "The Red Death", existe este quadro, colocarei aqui um link para o mesmo. (Reparem no quadro)

The Red Death - Opera IX


The Dance of death

Gravura por Michael Wolgemut (1493)

Do Liber Chronicarum de Hartmann Schedel, a La Danse Macabre (Também conhecida como The Dance of Death, Dança Macabra, Totentanz e La Danza Macabra) é uma pós-medieval alegoria sobre a Morte, que expressa: "Não importa quem você seja e a situação em que você esteja, a dança da morte une à todos."

Existe uma outra versão também muitíssimo interessante desta alegoria que é a versão de Bernt Notke:


Amplie! E verás claramente que nesta versão a morte atinge a todos, independente de sua posição perante à sociedade (Rei, Papa, Rainha, e etc). Nesta imagem existem algumas inscrições em Alemão Arcaico que são:

Czeptir vnd crone sint hy nicht wert
Ich habe euch bey der hand genomen
Ir must an meynen reyen komen
Imperador, vossa espada não irá ajudá-lo!
Cetros e coroas são inúteis aqui!
Eu o peguei pelas mãos,
Agora deverás juntar-se à minha dança.
No final a morte chama, por exemplo, um camponês para dançar, e este responde:

Ich habe gehabt [vil arbeit gross]
Der sweis mir du[rch die haut floss]
Noch wolde ich ger[n dem tod empfliehen]
Zo habe ich des glu[cks nit hie]
Eu tive que trabalhar muito e fazer muito esforço!
O suor estava descendo pela minha pele!
Eu gostaria de escapar da morte não obstante,
mas aqui eu não possuo nenhuma sorte.



Existe uma outra versão parecida com esta de Lübecker:


A dança da morte, a dança macabra, também teve sua representação na Música, sendo elas na minha opinião as mais importantes de Franz Liszt (Totentanz) e Camille Saint-Säens (Danse Macabre).

Deixarei aqui links com estas músicas, sendo a de Franz Liszt interpretada num concerto na Cidade do México (2006).

Totentanz - Franz Liszt - Parte 1

Totentanz - Franz Liszt - Parte 2
Danse Macabre - Camille Saint-Säens - Violino e Piano

Earthly Vanity and Divine Salvation

Quadro por Hans Memling (Representando o Memento Mori, frase em Latin que quer dizer: Lembre-se de que és mortal, ou Lembra-te homem de que morrerás um dia, ou Lembra-te de que vais morrer.)

4 comentários:

Violet disse...

Muito interessante a matéria.

Eu disse...

Cara, ta de parabens.
Achei mtu bacana as ilustrações.

Marcelo disse...

Muito bom, parabens.

Mensageiro Obscuro disse...

Queria saber o título dessa ilustração do Alfred Rethel.